“Quando o cidadão descobre que ele é o princípio do que existe e pode existir com sua participação, começa a surgir a democracia.”
Publicado em 1/04/2015
Em nosso encontro anual, no último fim de semana de Março no CCBB, reunimos colaboradores e parceiros para compartilhar experiências, estreitar nosso relacionamento e pensar no futuro. Este ano, os grupos apoiados pelo Comitê apresentaram o trabalho que desenvolvem em suas comunidades e depois, reunidos em grupos, fizeram sugestões e propostas para o planejamento de ações do Comitê em 2015.
A equipe da Biblioteca Comunitária Profª Judith Lacaz apresentou uma atividade de aquecimento para contação de história e trouxe para um bate-papo com o grupo a mediadora de leitura Taciara Ventura, que nos contou a história de sucesso da Biblioteca Comunitária Paulo Freire, integrante do Baixada Literária, polo de leitura do qual também faz parte a biblioteca do Ponto Chic. Também do polo de leitura, esteve presente Roberta de Paula, coordenadora da Biblioteca Nossa Casa, de São João de Meriti.
O coordenador dos Catadores Cidadãos, Nilândio Leite, falou dos ganhos para o grupo com a consultoria e assessoria da ITCP – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, órgão da UFRJ. Trouxe ainda uma reflexão sobre a visão que nossa sociedade tem do lixo e de como isso se reflete no preconceito sofrido pelos catadores. Para pensarmos em como seria diferente se levarmos em conta a definição do deputado estadual e ambientalista Carlos Minc: “lixo é matéria-prima colocada fora do lugar”. Os catadores contribuem para levar essa matéria prima ao lugar correto, principalmente porque passados 4 anos da promulgação da lei que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (fim dos lixões, reciclagem, etc.) só 30% dos municípios brasileiros cumprem a lei.
Pelo grupo de geração de renda “Comunidades em Rede”, que agrupa artesãos de três comunidades, Ana Amélia Lins contou como a parceria com o Sebrae possibilita a abertura de novas frentes para comercialização de produtos, inclusive o atendimento a grandes clientes, no segmento de brindes, por exemplo. A equipe do “Nós do Ponto Chic” fez também uma demonstração prática de aproveitamento de malotes bancários para confecção de colares.
Maria José Soares, a Zezé da instituição Sal da Terra, que administra duas creches comunitárias no Lins, dividiu conosco a preocupação com as dificuldades e desafios que as creches comunitárias têm para se adequar as exigências dos convênios municipais. Sem as doações dificilmente seria possível manter a qualidade dos serviços, já que as exigências aumentam, mas o valor do convênio permanece congelado. O problema é ainda mais grave se levarmos em conta que as creches atendem apenas 20% das crianças brasileiras entre 3 meses e 4 anos. Daí, a rotina das filas de espera em todo o sistema, seja público, comunitário ou privado.
Num segundo momento, houve divisão em grupos por temas: educação e cultura, catadores, costureiras e administração do Comitê, com resultado muito proveitoso. Os grupos listaram sugestões e propostas para avaliação do planejamento de ações do Comitê Elos em 2015.
O Encontro Anual terminou com um lanche de confraternização, em que não faltou a tradicional feirinha de produtos produzidos com malote, que é sempre um sucesso. Em seguida, o Comitê Elos fez sua assembleia ordinária, elegendo a nova diretoria para o biênio 2015/2017. Depois de um dia tão especial, o novo grupo começa o trabalho motivado e cheio de ideias, que nos chegaram da participação direta de nossos colaboradores e parceiros. Mãos a obra!